29.7.07

FACECO 2007 - São Teotónio dans sa grandeur!


Mais uma vez São Teotónio foi o epicentro de um acontecimento cultural à escala planetária. A Faceco trouxe milhares de pessoas até à freguesia e o público só lamentou a curta duração desta mostra anual. No ano passado os organizadores prometeram mudanças e em 2007 cumpriram essa promessa!

Desde há largos meses era sussurrado entre as mais altas esferas da política local que as atracções deste ano iriam deixar o público atónito, suspeitava-se assim que a FACECO’ 2007 seria assombrosa!

A temática do certame incidiu na multiculturalidade e no recinto desfilaram os melhores exemplares resultantes da miscigenação, selecção, apuramento e cruzamento de raças e culturas. Foi um tremendo e insólito bouillon de culture, devidamente apreciado e degustado pelos visitantes!




20.7.07

FACECO 2007




A Feira das Actividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira foi inaugurada ontem!

Esperamos que os organizadores e expositores consigam surpreender os visitantes…
Afinal de contas somos um público peculiar e muito especial! Somos ou não somos?!

18.7.07

HOT PARTY – 14.07.07 – HOT PARTY


Vive la Bohème! No fim-de-semana passado os bloguistas organizaram uma festa de lançamento e apresentação do blogue. A festa iniciou-se ao fim da tarde e só acabou na manhã seguinte. O tema da noite foi o Cromo Lusitano e o dress code solicitava o uso de pelo menos uma peça de roupa old-fashioned ou démodé.
O monte onde se realizou o evento foi decorado com imagens dos primeiros posts e outras "cromices"; e foram disponibilizados oito computadores para que os mais curiosos pudessem visitar o blogue. Durante a noite surgiram diversas ideias para novas postagens e alguns dos convidados ofereceram-se para colaborar na elaboração de textos e recolha de informação.

Ao longo do primeiro mês de existência do blogue temos recebido emails de leitores que pedem uma secção dedicada à intensa e atípica vida social de São Teotónio. Para dar resposta ao mais ávidos consumidores de assuntos sociais, anunciamos que em breve contaremos com a colaboração de uma amiga muito especial na abordagem de temas cor-de-rosa!

Agradecemos a todos os amigos que aceitaram o nosso convite, o seu contributo para a realização da festa mais quente dos últimos tempos no sudoeste! Um agradecimento especial para aqueles que vieram de Lisboa e de Cascais e para a Lú do catering e um beijo para a amiga e futura colaboradora que nos presenteou com a sua ofuscante presença!

7.7.07

07.07.07







O público votou! O público decidiu e a sua decisão é inequívoca! Contra factos não há argumentos e as regras do concurso impõem total imparcialidade por parte do júri. Como jurados resta-nos revelar o desejo dos votantes!

A Maravilha vencedora é… a colossal, a titânica, a grandiosa, a desmedida, a excêntrica, a extravagante, a imponente, a inigualável, a inimitável, a irrepetível, a irreplicável… TORRE DO FERREIRA!!!

6.7.07

As Maravilhas de São Teotónio






Não sabemos bem porquê mas a palavra maravilha tem um certo toque de pindérica, por conseguinte julgamos que se adequa perfeitamente para qualificar os participantes de tão nobre concurso. Embora constem apenas sete maravilhas na lista, reconhecemos que na freguesia existem muitas outras elegíveis. Todavia, após diversas reuniões o júri deliberou submeter à votação do público: a torre do ferreira; a escola de condução; o repuxo do Quintalão; o PT da igreja; a calçada da avenida das escolas e os cromos são teotonienses. O júri fundamentou a sua escolha no carácter único, distintivo e emblemático dos concorrentes, considerando que a história particular de cada um se entrecruza com a gesta gloriosa da vila.

A Torre do Ferreira foi construída na segunda metade do século XX. A sua traça é atribuída ao mestre-de-obras Ferreira, especialista em tábuas, estofos e afins. A contemporaneidade deste colosso é marcante e os historiadores de arte e de arquitectura têm dificuldade em classificá-lo, há especialistas que afirmam ser autoconstrução, outros estudiosos associam-no às AUGI – Áreas Urbanas de Génese Ilegal, outros porém sugerem que a sua qualificação deve integrar-se no Movimento Nacional da Construção Precária. Alguns peritos descrevem este monumento como o introdutor do Estilo Megalominimal, onde a grandiosidade das formas desmedidas se associa a uma forte depuração decorativa, revelando a essência das matérias construtivas e a pureza dos materiais em tosco como os tijolos, os elementos estruturais e o ferro, abdicando de elementos supérfluos ou acessórios, como rebocos, cantarias, caixilhos ou vidros.

A construção da Escola de Condução iniciou-se nos finais do século passado. O estilo é extraordinariamente rebuscado, muito característico e representativo da Arquitectura Florescente Portuguesa. A sua edificação teve por base o esforço hercúleo desenvolvido por uma equipa multidisciplinar, já que a elevada complexidade da sua traça, exigiu a cooperação dos projectistas, dos licenciadores camarários, dos mestres-de-obras e dos promotores do investimento.

O Repuxo do Quintalão é mais uma obra paradigmática da erudição artística nacional, com compleição assumidamente fálica, a sua delicada robustez escultural implicou um grande exercício de enquadramento na envolvente. A primeira intervenção revelou-se desadequada e o desenho urbano do Quintalão foi totalmente repensado para reenquadrar esta escultura. Deste modo, ao fim de vários anos e de alguns milhares de contos as primeiras obras realizadas foram demolidas no sentido de reordenar o largo em torno do seu eixo vibrador “o Falo Ejaculatório”. Esta obra tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida dos São Teotonienses que se socorrem dela com frequência, a ponto de as suas dimensões estarem a diminuir pois o tronco revela uma retracção dimensional esmagado pelo uso compulsivo da cabeça.
A primeira erecção desta escultura iniciou-se nos anos oitenta do século passado e foi uma das obras fundadoras do Estilo Nacional Vamos Fazer na Rotunda e no Espaço Público uma Obra Pindérica para Arrecadar Votos e Imortalizar o Nome numa Placa Inaugural.

O Posto de Transformação da Igreja foi erigido na década de noventa do século XX e representou o culminar de um longo processo de requalificação e restauro do espaço religioso. A sua edificação deve-se ao esforço da população que em acesa reunião na Casa do Povo, revoltou-se e exigiu que o projecto que previa a inserção de um PT no Quintalão fosse repensado. A populaça gritava que o PT era perigoso pois iria ser colocado na proximidade das habitações e a sua fealdade desfigurava o espaço público. No sentido de satisfazer os desejos do povo e auferir uns trocos o padre manecas idealizou uma obra sublime – a anexação do PT à Igreja. Embora perto do casario, o engenhoso padre contactou a NASA e encomendou uma paredes “espaciais” que impedem a transmissão de radiação. Os americanos levaram todo o dinheiro que o padre havia sacado na negociata, mas o desejo de agradar a população levou-o a fazer “o PT mai lindo das redondezas!”.
Esta obra-prima insere-se no Estilo Português do Vamos Decalcar a Obra Antiga e o seu mimetismo estende-se aos mais ínfimos pormenores, havendo até o cuidado de ocultar a inevitável frase do “Perigo de Morte”.

A Pseudocalçada da Avenida das Escolas é mais uma obra pioneira do Estilo Nacional Vamos Fazer na Rotunda e no Espaço Público uma Obra Pindérica para Arrecadar Votos e Imortalizar o Nome numa Placa Inaugural. Iniciada no período do pós 25 de Abril, esta obra teve a liberdade de desafiar as convenções artísticas da época, sendo uma verdadeira lição para o ideário de futuros intervenientes na vida política e social. Esta intervenção trouxe consigo a ideia revolucionária de que o trabalho de calcetar era humilhante e os homens querem-se a trabalhar em pé e não curvados e acocorados partindo pedra e dilacerando as mãos. Abriu-se assim um magnânimo precedente e nunca mais foram executadas calçadas nos arruamentos da vila. Na senda dessa exaltação revolucionária os arruamentos são agora asfaltados e evitam-se os passeios porque se deve fazer a apologia dos popós. Todavia, sempre que é necessário executar um passeio, ele é feito em cimento ou em blocos de betão.

Este passeio é único e os segredos da sua execução nunca foram revelados. A sua textura confere-lhe uma riqueza muito particular e todos os remendos efectuados posteriormente não conseguiram recriar a autenticidade dos detalhes decorativos. A ornamentação foi elaborada por "mestres texturadores" que curiosamente disponibilizaram-se a acocorar e deram início a uma dificultosa e longa empreitada. Tão longa, mas tão longa que as estimativas revelam que o tempo que demorou a sua execução daria para um homem calcetar duas vezes a baixa pombalina.

Os obreiros deste passeio abdicaram de moldes de modo a obter uma textura mais autêntica – resultante do repetido e incessante gesto de martelar o martelinho dos bifes no cimento. Os ilustres projectistas de tão sublime obra, colocaram "mestres paisagistas" ao lado dos texturadores. O resultado foi magnificente, todo o passeio foi enriquecido com canteiros que dificultam a passagem dos transeuntes de modo a adequar-se à tendência que existe na vila para se realizar faixas de circulação para os popós esquecendo os peões.

Os Cromos Lusitanos Teotonienses são o símbolo da etnologia Teotoniense. Para um melhor entendimento dos fundamentos que levaram o júri a colocá-los na lista de elegíveis recomendamos a leitura do conto inaugural intitulado “Vamos lá falar a sério!”.


Os resultados da votação serão revelados… AMANHÃ! O truque é votar!

Eleja a sua MARAVILHA! VOTE!















































































































4.7.07

Bora lá saltar a fogueira!



A 13.ª edição do Festival dos Mastros poderá ter ficado para a história como a “azarada”! Terá sido coincidência ou então o São Pedro e o Santo António andam de “candeias às avessas” – ainda os papéis estavam a ser colocados e já o céu ensopava o Verão que tardava em vir! A primeira grande festa da 13.ª edição dos mastros por coincidência nas celebrações do dia 13 de Junho, ficou comprometida, mas tudo se resolveu de improviso. Pelas ruas escorria água colorida com pigmentos dos papéis murchos e debotados que com o peso e a força do vento começaram a cair. As previsões meteorológicas eram pouco animadoras e os ânimos andavam em baixo mas… “quem espera sempre alcança” e a teimosia dos folgazões saiu vitoriosa, mal a chuva parou os arrebiques foram montados a preceito.

Pelo número de edições realizadas até hoje é possível adivinhar que esta festividade tem um passado curto na freguesia, contudo esta “moda” trazida sabe-se lá donde, parece que veio para ficar! É certo que montar os enfeites dá trabalho e que muitos dos que tiveram a paciência de contribuir nos primeiros festivais já foram para o lar ou quiçá para o outro mundo. Talvez por isso, esta festa tenha começado por ser anual e ao fim de alguns anos tenha passado a realizar-se bianualmente.

Quem passa por São Teotónio não fica indiferente à euforia dos ornatos e cores que adornam o espaço público. A profusão de enfeites garridos bem ao gosto popular, folclórico, naif, kitsch ou sabe-se lá qual… convida a “clicar” o botão da máquina fotogáfica ou do telemóvel para sacar umas fotos jeitosas. O povo gosta daquilo e… “ao povo dá-se pão e circo”! Deste modo o povo ganha umas resmas de papéis coloridos para durante vários meses se entreter a cortar, a colar e a montar penduricalhos. Finda a festa – fica o exemplo das decorações na envolvente da igreja que foram executadas a partir da reciclagem de papéis e embalagens por jovens da freguesia. Um exemplo que poderia estender-se a todas as decorações dos futuros festivais – a malta reciclava e o estado poupava uns cêntimos.

Para trás fica esquecido um passado de tradições ancestrais que se irão perder na memória de todos nós! O progresso tem destas coisas e a subversão da verdade pode ser uma delas. Os forasteiros mais desatentos julgarão que estes festivais serão uma tradição enraizada na nossa cultura. Desenganem-se! Isto veio com o asfalto! Alguém se lembra das ruas empedradas em São Teotónio? Não queremos fazer a apologia do passado, mas… as ruas eram bem mais genuínas! Os carros trouxeram o asfalto e o asfalto apagou as fogueiras dos Santos Populares. Alguém se lembra das fogueiras? Do cheiro do alecrim, do rosmaninho, das perpétuas e dos matos a arderem nas ruas? Dos putos a saltarem e a fazerem negaças entre si para ver quem tinha a maior fogueira? Dos mastros enfeitados com flores e ervas dos campos? Das idas à fonte a cantar? Das cantigas que só nós cantávamos, do jeito como dançávamos e dos versos que só nós dizíamos? Do misticismo dessas noites? Dos bruxedos e adivinhações que se faziam no fogo? Essa era a nossa tradição! A autêntica! A genuína!

O alcatrão invadiu a vila, os poucos passeios são em cimento ou em blocos de betão. Mas ainda restam umas pedras e alguns terreiros onde é possível acender umas fogueiras. Se pensarmos bem, a moda dos papéis coloridos tem muito pouco de ecológica… já a queima dos matos secos… é outra conversa!!! Por coincidência ou talvez não… a limpeza das florestas coincide com o início da estação seca e era exactamente nessa época que se queimavam os matos nas fogueiras dos Santos Populares!

É certo que o povo se rendeu e os enfeites garridos são engraçados, atraem gente de fora e ficam bem na fotografia, mas… será que não dava para fazer um “dois em um”??? Que tal pormos os miúdos e os graúdos a reciclar papéis, embalagens e monos para enfeitar a vila e a apanhar matos secos para as fogueiras? Enfeitavam-se as ruas e reabilitavam-se as velhas tradições? Esperamos que alguém segrede este nosso desejo a quem manda…