10.8.07

Para que lado fica o Festival do Sudoeste?




Nos dias do festival a vila é invadida por multidões perdidas e a precisar de um bom guia. Todos procuram o mar, a praia, a Zambujeira e até o festival – a informação divulgada pelos organizadores do evento e pelos media é incorrecta, e muitos daqueles que compram bilhete, chegam ao Litoral Alentejano julgando que o recinto do festival se situa a dois passos da praia.

O Festival do Sudoeste é uma marca ou um produto e como produto tem de ser bem vendido! Associar esta marca à Zambujeira do Mar foi uma estratégia resultante da identificação do target que consome este tipo de produto. O festival vive em função da Zambujeira e não teria a afluência e o mediatismo que tem se a sua localização surgisse relacionada com São Teotónio. Trata-se assim de uma relação onde se evidencia o Parasitismo – o festival alimenta-se à custa da Zambujeira – a sua hospedeira virtual. O parasita beneficia da hospedeira e apesar de não lhe causar a morte, debilita-a e enfraquece-a. Como este tipo de acontecimento não se compadece com o turismo tradicional e afugenta-o, o veraneio na época estival fica evidentemente comprometido.

Paradoxalmente, a freguesia de São Teotónio – a real hospedeira do parasita, não é mencionada nos outdoors, no merchandising, na publicidade ou na comunicação de produto, e nesse aspecto podemos observar um outro tipo de relação inter-específica: o Comensalismo. O comensal – São Teotónio beneficia com a relação, embora esta não lhe seja essencial para sobreviver e o festival (o hostil parasita da Zambujeira) não é afectado, poderia ser realizado aqui ou em qualquer outro lado, desde que a sua localização fosse sempre associada à Zambujeira do Mar. Como efectivo comensal desta relação, São Teotónio e a sua Junta de Freguesia beneficiam do bónus trazido pela realização do festival na sua circunscrição territorial. O comércio e os serviços beneficiam também das hordas errantes, que aqui se deslocam à procura da Zambujeira e dos excedentes – aqueles que não encontram hospedagem noutro lugar mais perto do mar.

A informação errónea facultada pelos mass media e organizadores do festival, tem dividido as opiniões em todo o concelho, muito particularmente nas freguesias visadas – São Teotónio e Zambujeira do Mar. Essa dicotomia de opiniões reflectiu-se no resultado do questionário que colocámos no blog. O questionário solicitava o parecer dos visitantes no que respeita à localização do festival do Sudoeste e as opiniões dividiram-se literalmente! Não existe consenso, mas não existirão também Gps´s ou mapas para conduzirem as multidões até ao festival, já que a informação veiculada indica uma localização errada, existirá certamente boa vontade e muita paciência para indicar verbal e gestualmente o caminho para a Herdade da Casa Branca aos milhares de visitantes que por aqui andam perdidos nesta altura.


2 comentários:

Anónimo disse...

Caros Bloguistas
No domingo assisti � Eucaristia na vossa Igreja, deduzi que tendes um padre que se interessa pelo vosso patrim�nio.
Hoje falaram-me neste blogue vim espreitar, o vosso artigo sobre o pt. � muito oportuno, no entanto lembro e embora apenas passe aqui o ver�o, o padre era um louco, com isto n�o o desculpo por colocar em risco o �nico monumento da terra, a meu ver s�o conden�veis todo o povo, o Presidente da C�mara e da Junta e nessa altura se bem me lembro eram vereadores uma senhora licencida em hist�ria e um capit�o, a comiss�o fabriqueira em meu entender as autoridades eclisi�sticas deviam t�-lo impedido.
N�o � justo que uma igreja t�o linda possa ser destru�da pela gan�ncia dum louco, sem que ningu�m dissesse: n�o! Maria Salom�

Anónimo disse...

Passaram dois anos após este comentário ser escrito neste espaço, ele é muito actual e tem muita razão de ser, o património duma terra deve ser conservado e toda a população tem o dever do defender, há dias alguém elogiava quem evitou que fizessem o esse monstro do PT no Quintalão, em contrapartida acha bem colocado junto do único monumento da terra...