6.3.09

São Teotónio – a melhor terra do mundo para a produção de frutos vermelhos e diversos legumes!

Na edição do passado dia 28 de Fevereiro o “Semanário Expresso” dedicou uma reportagem no caderno de economia à agricultura praticada na Costa Vicentina. Na reportagem intitulada “Costa Alentejana é a melhor terra do mundo para produzir morangos, alfaces ou cenouras são publicados testemunhos de agricultores estrangeiros e do Sr. Presidente da Câmara António Camilo que descrevem as virtuosidades das terras da região.

O clima e as condições naturais do solo colocam o litoral alentejano no pódio mundial das regiões com maior apetência e maiores índices de produtividade e qualidade na produção de frutos vermelhos e inúmeros legumes. Esta é a única região da Europa onde é possível produzir frutos vermelhos durante todo o ano.

Não fosse a penúria da rede viária e as restrições impostas pelo Plano Director Municipal e pela regulamentação do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina relativas à edificabilidade e que limitam a construção de edifícios, apoios agrícolas e albergues para os trabalhadores estrangeiros e esta zona seria um verdadeiro oásis para a “indústria da agricultura Intensiva”.

Fundamentada nos testemunhos dos entrevistados, a reportagem do "Semanário Expresso" transmite a ideia que a agricultura praticada na região tem um cariz quase biológico, devido às regras impostas pelo Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

Todavia, quem percorre estas explorações pode com legitimidade se questionar acerca das metodologias usadas nestas explorações e se estas se enquadram nas práticas recomendadas pelas políticas ambientais.

A agricultura e a exploração animal são as actividades mais poluentes e quando em pleno Parque Natural se observa a contínua azáfama de máquinas, tractores e camiões a operarem em centenas de hectares usados em exploração extensiva e intensiva de monoculturas, cobertos com plásticos e estufas e tratados com fertilizantes, químicos, aditivos etc. surge a dúvida!

Sabe-se à partida que este modelo de exploração não é compatível com o equilíbrio ambiental nem com os ecossistemas locais e não existindo um guarda em cada exploração será que os produtos usados não estarão a envenenar os solos e os níveis freáticos?

E por fim outra questão igualmente pertinente, fala-se da agricultura na Costa Vicentina, constata-se através do mapa anexado à reportagem que a maioria das explorações agrícolas se situa na freguesia de São Teotónio e não existe qualquer menção à sede da freguesia? Até no mapa apresentado nome “São Teotónio” foi eliminado! Enfim… como já aqui foi afirmado São Teotónio não existe!

Imagens extraídas do "Semanário Expresso" de 28 de Fevereiro de 2009.

9 comentários:

Anónimo disse...

Alguém, administrador do Concelho de Odemira no principio do século passado, dizia-me muitas vezes:
O mal de S. Teotónio é pertecer ao Concelho de Odemira, se pertencesse a Ourique ou Aljezur seria uma grande terra, aqui cortar-lhe-ão sempre as pernas.
Aqui até o tiram do mapa...
Theotónio

Anónimo disse...

A postagem é pertinente, coloca o dedo na ferida... mas como sabemos os interesses económicos raramente são "amigos" do ambiente. E em épocas de crise a situação agudiza-se, dá-se sempre prioridade às empresas, mesmo às mais poluidoras.

José P. Brandão, Lx.

Anónimo disse...

Esperemos não façam com estes que ainda trabalham a terra o mesmo que fizeram com Roussel, falavam nos pésticidas, mas nas suas explorações viam-se muitas lagartas a passear "vivinhas da costa", sinal de que o veneno não era tão mortal.
Onde vão parar os terrenos quando os empresários os deixarem?
Os donos são velhos, os filhos têm outros interesses, os netos têm a cultura do "Magalhães", só se interessam por computadores, motas, carros, farra e telemóveis.
Onde arrajarão os velhos o dinheiro para pagar a conservação de canal, água, taxa e sobre-taxa, para não falar nas outras contribuições?
Jonas

Anónimo disse...

Ainda gostaria de ver uma reportagem como deve ser acerca dos produtos que usam na agricultura, não são só os terrenos e a águas que ficam contaminados... e depois ainda falam que cada vez há mais doenças cancerígenas!!!

António Luis Peixoto

Anónimo disse...

Ainda não perdi a capacidade de me supreender com os comentários e a capacidade de análise de quem "gosta" de ter opinião.

Mas para alimentar a discussão gostava que o autor do post me respondesse a algumas perguntas.

Qua actividades económicas se podem fazer na costa?

Se não podemos utilizar os melhores solos para fazer agricultura, então onde se pode fazer?

E aos melhores solos agriculas que utilização lhe dar?

Se os solos estivessem ocupados por actividades turisticas o amabiente estaria melhor salvaguardado?

Esta agricultura é o melhor que se faz na região, e são os melhores exemplos de agricultura que temos em Portugal, porquê tanto desprezo?

O que come, de onde vem o que coloca no prato a cada refeição e como é que é produzido?

Se for capaz de responder de forma séria a estas perguntas poderá ganhar o meu respeito.


Residente em São Teotónio

Hipnos disse...

Caro comentador (a) “Residente em São Teotónio”,

Agradecemos o seu e todos os comentários aqui divulgados por outros comentadores. Como pode imaginar não pretendemos agradar ou conquistar o respeito das pessoas, limitamo-nos a manifestar opiniões, com toda a parcialidade a que temos direito e o espaço destinado aos comentadores rege-se da mesma forma, quem quiser pode opinar, o blogue resume-se a isso, desde que os assuntos se focalizem em temáticas relacionadas com a freguesia de São Teotónio e zonas limítrofes.

Esta postagem dedicada à agricultura é bastante superficial mas poderia ter sido tratada de um modo mais profundo e abrangente.

Não é contudo o objectivo do blogue, maçar os leitores com extractos de papers fundamentados em documentação científica.

Porém, embora a postagem seja bastante ligeira não deixa de tocar em algumas questões pertinentes e preocupantes como a dualidade ambiente/economia, ou a fragilidade da política ambiental e de ordenamento do território.

Não podemos esquecer que o parque –PNSACV é regido por legislação específica, tal como as áreas abrangidas pela rede natura 2000 ou pelo perímetro de rega do Mira.

A legislação apresenta diversas falhas técnicas, sendo contudo impeditiva relativamente a inúmeras actividades ou iniciativas.

Facto, que não deixa de constituir um paradoxo, ou seja existem áreas onde a edificabilidade é escassa ou nula mas a exploração agrícola é possível, e como sabemos a agricultura é uma actividade terrivelmente poluidora.

Por outro lado sabemos que há regiões do mundo, algumas ainda pouco exploradas que apresentam excelentes condições para a produção de frutos vermelhos entre outras, porque é que os agricultores estrangeiros não procuram essas regiões? Será que as políticas ambientais locais são assim tão sancionadoras para os agricultores que continuam a querer expandir-se nesta região do litoral alentejano? Parece que não!

Então porque é que os agricultores podem contaminar diariamente os solos e os lençóis freáticos e os outros não podem construir uma casa ou um edifício?

Quanto àquilo a que alguns chamam os melhores solos agrícolas, esse tem sido o grande problema das políticas ambientais das últimas décadas – situam-se onde se situam.

Os melhores cumprimentos.

Anónimo disse...

Hipnos, esqueceste-te das vacas e da produção animal! Afinal no Parque Natural proliferam diversas explorações com animais e como é sabido para além da agricultura a exploração animal é das actividades mais poluentes do planeta.

Tens razão! construir - é um acto circunscrito a uma determinada área,cujos materiais utilizados são transformados noutras regiões não é permitido ou limitado mas o envenenamento dos solos, a alteração do coberto vegetal endémico, a modificação da topografia dos terrenos para a drenagem e a "plastificação" com estufas de milhares de hectares, já é possível,enfim!

Anónimo disse...

Meus Amigos
Há algum animal mais poluente do que o Homem?
Este é o único que destrói a àgua que bebe, este é o único animal que destrói a sua própria espécie.
As vacas são poluentes, onde as vamos nós pôr?
Este comentário fez-me lembrar uma senhora que no ano passado desceu dum carro junto à oficina do Carlinhos, dizia ela esbracejando:
Que grande pouca vergonha a desta rua, olhava para todo o lado não ninguém mais além de mim e confesso seguia o meu caminho, sem o mais pequeno deslize que me pudesse ser apontado, a senhora gritou indignada várias vezes a sua raiva e só ao fim de algum tempo compreendi: os ninhos das andorinhas na casa da D. Francisca Ribeiro os quais ninguem destruia, eram o motivo de tão grande pouca vergonha.
Em que ficamos, matam-se as vacas, as andorinhas enfim destrói-se o mundo, afinal tudo tem o lado bom e mau...
Deus devia ter posto cada macaco no seu galho, isto é ter criado uma terra para cada espécie.
Teresa

Anónimo disse...

Senhor Presidente da Junta
Já pensou bem na importancia da Vila que está a dirigir?
Tem um Blogue com 22538 visitantes quem lhe dá esta projecção?
Não é a sede do Concelho é sim o grande valor e força lutadora desta Terra, parabéns.
Pedro Sem