30.11.09

Os Passeios de São Teotónio

Se voássemos seria mais fácil… as ruas da vila apresentam-se repletas de ratoeiras para os transeuntes! Em São Teotónio o espaço público serve para tudo, vejamos então: as ruas… Quem se lembra das ruas empedradas? Fizeram os esgotos e asfaltaram as ruas. Quanto aos passeios, poucos foram executados.

É certo que as vias antigas são estreitas… mas muitas delas não deveriam ter apenas um sentido? Nesse caso talvez existisse largura para criar circulações pedonais e viárias!

Durante muito tempo na Avenida das Escolas existiram os únicos passeios “dignos desse nome” aqui na vila, posteriormente surgiram novas áreas com acessibilidades para caminhantes, todas têm algo em comum: a fealdade, a pobreza de materiais e de acabamentos; a falta de manutenção; a infindável sucessão de barreiras arquitectónicas; ou a escassez da largura.

Nas ruas onde os veículos costumam circular a velocidades consideráveis, os peões têm por vezes poucas alternativas para se proteger, porque aqui vale tudo! Vejamos então: na avenida das escolas a sucessão de canteiros, buracos e remendos dificulta a passagem a todos os que por lá passam e o mais curioso é o prédio com barras amarelas cujo promotor colocou as escadas de acesso ao átrio principal em cima do passeio – aumentou a área de construção, ganhou mais uns cobres e ninguém fez nada!

São Teotónio é uma vila atípica e a ocupação do espaço público é visível em todo o lado. O célebre poial pintado na cor dos socos é frequentemente colocado por cima do passeio, mas nas ruas onde não há passeios para além de degraus é costume cimentar uma faixa que contorna a casa criando uma espécie de pequeno passeio sobre o asfalto. Em ruas com alguma inclinação aparece de tudo para amenizar ou contrariar a pendente, degraus, gradeamentos, corrimãos, rampas e até fossos de acesso a portas!

Contudo a ocupação do espaço público não se fica por aqui, os privados fazem das suas, mas as entidades públicas também contribuíram para que as ruas de São Teotónio fossem um verdadeiro caos. A legislação tem vindo a ser cada vez mais rigorosa ao longo da última década, porém em São Teotónio não é cumprida! Basta uma visita ao loteamento da Cerca da Fonte, para observar o tipo de passeios que por lá foram executados.

Na periferia do lar de idosos e dos pavilhões da Faceco a largura dos passeios é ínfima, não há cadeira de rodas que por lá passe e um invisual também não, nos passeios irrompem postes, caixas, receptáculos do lixo, soltam-se blocos “pavês”. Um transeunte que queira percorrer o passeio tem de andar a contornar estes obstáculos, sendo obrigado a desviar-se para estrada com frequência.

Em 2006 entrou em vigor o Decreto-Lei n.º 163 de 8 de Agosto que impõe novas regras e sanções relativamente à legislação anterior de 1997. A legislação estipula um conjunto de normas a aplicar na edificação e nos espaços urbanos, visando a eliminação de barreiras arquitectónicas. Relativamente a esta legislação, será curioso referir que só recentemente começou a exigir-se no concelho de Odemira que os projectos de arquitectura e de urbanismo contemplassem este novo regulamento, já que um pouco por todo país a dita legislação é aplicada desde a sua entrada em vigor.

Existe assim neste concelho uma certa permissividade relativamente a estes assuntos, é certo que a maioria dos cidadãos não sofre de problemas de locomoção e o crescimento demográfico encontra-se em queda, logo são poucas as pessoas que por aqui passam com carros de bebé. É contudo espantoso, que mesmo em frente do lar onde reside uma população debilitada, e na proximidade da Faceco, um dos ex-libris da região e onde regularmente se realizam festividades que acolhem muita gente, os passeios / escadas/ lancis estejam tão mal dimensionados e surjam tantas barreiras arquitectónicas.

9 comentários:

Anónimo disse...

Mas isto em S. Teotónio é mesmo assim.Senão vejamos:
Na Av. das Escolas só retiraram as àrvores do passeio entre a escola de Condução e o 1º portão da escola;o resto não precisa...
As escadas são nos passeios como muito bem dizem.As passadeiras na dita rua não valem de nada.Os carros passam a toda a velocidade mesmo que estejam crianças para atravessar.E pergunto eu:"Alguém vê estas coisas?"
Para quê?Assim é que é.Votaram nos bons,agora aguentem...Se são os Senhores fulanos de tal é porque são bons.Cada terra tem o que merece,porque todos falam mas ninguém faz nada.

Anónimo disse...

Este artigo trouxe à minha memória bocados lindos da minha infância em que os meninos brincavam descontraidamente nas ruas sem medo de serem raptados, em que todas as pessoas adultas os cumprimentavam e falavam com eles e vice-versa.
Nesse tempo não existia a Avenida das Escolas, existia sim o nome mágico do Sobreirinho, o Senhor Guerreiro, o Senhor Bica, o Senhor Francisco da Piedade, os Pázinhos, existia um bocado de estrada por alcatroar que um dia nos trouxe à escola uma menina loura com dois ou tres cabelos na cabeça chamada Rosa Galhofas Serra, uma menina que ficou no meu imaginário porque levou uma tareia tão grande da professora e me fez chorar de dor, durante muito tempo detestei ver o alcatrão que o pai da pobre Rosa pusera no Sobreirinho por causa deste episódio passado com as contas de somar.
Recordei o Terço rezado na Igreja pela Menina Maria Joaquina, a que assistiam todas as Santas Beatas da época acompanhadas pelas jovens familiares que no final do mesmo iam passear ao Sobreirinho a falar e cantar as canções da época.
Recordei os mastros lindos enfeitados com malvões biscoitos e santos de massa, as belas canções cantadas nos bailes de roda, as quadras inspiradas umas nas outras e que muitas das vezes satirizavam os momentos mais criticos vividos na "Aldeia", recordei a Maria José Pazinha, quando cantava:
Cravo Roxo à janela
É sinal de casamento,
Quando aparecem os filhos
É que a porca troxe o rabo!
....
Cravo Roxo à janela
É sinal de casamento,
Menina recolha o cravo
Que o casar tem muito tempo.
Tempos lindos, simples, filhos e pais felizes, jovens sem dramas...
Rosam

Anónimo disse...

A Avenida das Escolas é uma das vergonhas da nossa terra, embora esteja lá situada a Residencial Paisagem do nosso Presidente da Junta, esta avenida demonstra a sensibilidade dos governantes locais.
Teresa.

Anónimo disse...

Pelo estado das ruas vê-se tudo o resto que está por detrás. Cala-te boca.

Anónimo disse...

Chamar aquilo passeios é um elogio dos grandes, pois não passam de carreiros toscos para o rebanho passar.

ovelha tresmalhada

Anónimo disse...

Pois é! Mas desabafar no blogg não chega.Quando é que temos coragem para nas reuniões falar bem alto e denunciar todas estas coisas?Quando é que batemos o pé e exigimos que a nossa Junta resolva o que está mal?Falamos, falamos mas não fazemos nada...Que povo somos nós que comemos e calamos?
Afinal eles são sempre os senhores e nós as ovelhinhas que vamos atrás, caladinhas e sossegadas para não incomodar os "Senhores",porque afinal eles e elas é que são o nosso (miserável)jet 7.
Tenho pena
Alentejana desiludida

Anónimo disse...

Jet7? hi,hiiiiiiii......onde está o jet7?
Herida

Anónimo disse...

O concelho "odmirável" devia fazer por apresentar-se com decência. O estado das ruas em certas localidades é vergonhoso. Pavimentos deficientes ou inexistentes, buracos, falta de passeios, péssima sinalização e sujidade para não falar em imundice - estamos na cauda da Europa a nível económico e social, mas ainda pertencemos a este grande continente que civilizou outras regiões do mundo. Deviamos dar o exemplo civilizacional e repensar o nossso espaço publico e os nossos hábitos em geral!

Anónimo disse...

Não estamos na cauda da Europa, estamos no Terceiro Mundo!
Isto é uma vergonha.